História do Inglês - Parte 2: Inglês Médio ou Medieval.

Inglês médio ou Medieval

O inglês médio ou medieval se caracteriza pela fase compreendida entre o início do século XII até o fim do século XV. Nela, temos a influência do francês devido a invasão e conquista da Inglaterra pelos Normandos, vindos do norte da França.

Os Normandos
Normandos:  Os normandos foram um povo medieval estabelecido no norte da França, cuja aristocracia descendia em grande parte de Vikings da Escandinávia (a palavra viking vem de vikingr do nórdico antigo e se refere a expedições no mar. Muitas vezes se usa normando como sinônimo, nome derivado de Northmen ou Norsemen, que significa "homens do Norte").


Em 911, o rei da França cedeu a um líder invasor viking, Rollo ou Hrolf, o ducado da Normandia, na esperança de que esses Vikings defendessem o país de novos ataques estrangeiros, fossem Vikings também ou não. Rollo aceitou o tratado e se instalou no território que em alguns anos de conquistas e anexações seria transformado na Normandia. Era usual que os vikings se casassem com mulheres francesas e dessem uma educação católica a seus filhos. Desse modo, já no ano 1000, os vikings normandos já deixavam de ser pagãos para se tornarem normandos cristãos e falantes do francês.
Em 1066, os normandos vencem a Batalha de Hastings, e com isso conquistam o trono inglês. 
A tapeçaria de Bayeux, considerada por alguns pesquisadores como uma das primeiras histórias em quadrinhos, é uma peça de tecido bordado com 63,30 metros de comprimento por 50 cm de largura, feita no século 12, que relata os eventos da batalha de Hastings, que ocorreu em 14 de outubro 1066, e a conquista da Inglaterra pelos normandos.
 O regime que se instaurou a partir da conquista foi caracterizado pela centralização, pela força e, naturalmente, pela língua dos conquistadores: o dialeto francês denominado Norman French. O próprio William l não falava inglês e, por ocasião de sua morte em 1087, não havia uma única região da Inglaterra que não fosse controlada por um normando. Seus sucessores, William II (1087-1100) e Henry I (1100-1135), passaram cerca de metade de seus reinados na França e provavelmente possuíam pouco conhecimento de inglês.

Durante os 300 anos que se seguiram, principalmente nos 150 anos iniciais, a língua usada pela aristocracia na Inglaterra foi o francês. Falar francês tornou-se então condição para aqueles de origem anglo-saxônica em busca de ascensão social através da simpatia e dos favores da classe dominante. Uma acentuada mudança na pronúncia das vogais do inglês ocorreu principalmente durante os séculos 15 e 16. Praticamente todos os sons vogais, inclusive ditongos, sofreram alterações e algumas consoantes deixaram de ser pronunciadas. De uma forma geral, as mudanças das vogais corresponderam a um movimento na direção dos extremos do espectro de vogais, como representado no gráfico abaixo.


O sistema de sons vogais da língua inglesa antes do século 15 era bastante semelhante ao das demais línguas da Europa ocidental, inclusive do português de hoje. Portanto, a atual falta de correlação entre ortografia e pronúncia do inglês moderno, que se observa principalmente nas vogais, é, em grande parte, consequência desta mudança ocorrida no século 15.
O passar dos séculos e as disputas que acabaram ocorrendo entre os normandos das ilhas britânicas e os do continente, provocam o surgimento de um sentimento nacionalista e, pelo final do século 15, já se torna evidente que o inglês havia prevalecido. Até mesmo como linguagem escrita, o inglês já havia substituído o francês e o latim como língua oficial para documentos. Também começava a surgir uma literatura nacional, aonde começaria o inglês moderno.